Objetivo

"Flos Sanctorum" significa "Flor dos Santos". Era o nome de vários livros antiquíssimos que contavam a vida dos santos.
O objetivo deste blog é partilhar pequenos fatos sobre a vida dos santos, beatos, veneráveis, servos de Deus e outras testemunhas da Igreja Católica. Imitemos aqueles que imitaram a Cristo!


03/11/2021

Sobre a importância de conhecer a vida dos santos.



Conhecer as vidas dos santos é um costume que pode gerar muitos frutos em nossa vida espiritual. Grandes personalidades da Igreja se converteram ao tomarem contato com a vida virtuosa de algum Bem-Aventurado do Céu.  Trazemos aqui três exemplos:

 

Muitos sabem da conversão de Santo Agostinho e o caminho que seu “coração inquieto” trilhou até se tornar católico, porém poucos sabem que esta decisão só se concretizou mesmo durante a leitura da Vida de Santo Antão, escrita por Santo Atanásio. Só quando conheceu a vida do grande abade é que Agostinho se convenceu que poderia corresponder ao chamado de Deus em sua vida.

 

Santo Inácio de Loyola, apesar de ser católico, só deixou a vida mundana quando, ao se recuperar de um ferimento, e não tendo livros de cavalaria para ler, teve que se contentar em ler o Evangelho e os Flos Sanctorum (livros que inspiraram a criação desta página). Ao se deparar com tantos feitos heroicos realizados pelos santos, Inácio, que tinha um grande sentimento de magnanimidade, pensava: “se eles puderam fazer tais coisas, por que eu não poderia fazer também?”. Essa ideia trouxe grande paz ao seu coração de modo que a partir daí iniciou um verdadeiro processo de conversão.

 

A filósofa Santa Edith Stein era judia de nascimento, mas em certo momento de sua vida se declarava ateia. Numa noite de insônia foi até a biblioteca dos amigos onde estava hospedada e procurou um livro qualquer para ler. Durante toda a noite não conseguiu parar de ler o Livro da Vida, autobiografia de Santa Teresa D’Ávila. A leitura foi tão impactante que Edith mais tarde afirmou ter começado a ler como agnóstica e ter terminado o livro com a convicção de ser católica.  Anos depois, ao entrar para o Carmelo, a santa adotou o nome de Ir. Teresa Benedita da Cruz em homenagem àquela que mudou sua vida.

 

E você, qual exemplo de vida santa mais te impactou? Qual vida de santo ou beato você tem curiosidade de conhecer melhor? Deixe sua resposta aqui nos comentários!


Novos Beatos da Guerra Civil Espanhola



No último sábado, dia 30 de novembro de2021, foram beatificados mais quatro padres martirizados pelo furor anticatólico dos comunistas na Guerra Civil Espanhola, nos anos de 1930.

Os beatos Francisco Cástor Sojo López, Millán Garde Serrano, Manuel Galcera Videllet e Aquilino Pastor eram membros da Fraternidade dos Sacerdotes Operários Diocesanos e cumpriam o ofício de formadores dos seminários de Ciudad Real, León e Baeza. O postulador da causa afirmou que por causa desta missão não foram somente mártires, mas formadores de outros mártires, já que seus seminaristas guardaram para sempre esse testemunho de fidelidade.

Conta-se que estavam preparados para o martírio. Pe. Francisco Cástor sempre falava do martírio com grande serenidade e instava seus alunos a também darem a vida se a oportunidade surgisse.

Pe. Millán, durante sua prisão recebeu o apelido de “Cura Loco” (padre doido) por estar sempre feliz, sem se queixar e perdoando a seus torturadores.

Particularmente tocante foi o martírio de Pe. Aquilino, o mais jovem dos quatro, com apenas 25 anos. Caminhou sorrindo ao fuzilamento enquanto gritava já famoso brado: “Viva Cristo Rei!”. Isso ocorreu logo após completar o primeiro aniversário de ordenação sacerdotal.
 

02/11/2021

Um irmão no Purgatório



As almas que estão no Purgatório nada podem fazer por si mesmas e contam com nossa caridade para subirem ao Céu. Muitos santos nos dão testemunho dessa verdade desde os primeiros tempos da Igreja.

Santa Perpétua (início do Séc. III) estava na prisão aguardando o dia de ser exposta às feras. Durante uma fervorosa oração junto a seus companheiros de martírio, se lembrou de Denócrato, seu irmão que havia morrido anos antes por um tumor na face.

Conta a santa que durante a noite teve uma visão de seu irmão:  “o vi sair de um lugar tenebroso no qual se acham muitas pessoas. Estava abatido e pálido, com a úlcera que o levou à sepultura. Tinha uma grande sede. Junto de mim estava uma bacia com água, mas ele em vão tentava beber e não conseguia”.

Ela entendeu que a alma de seu irmão estava sofrendo no Purgatório (embora ainda não se usasse esta palavra) e que necessitava de oração. E foi o que ela fez; nos dias seguintes, ainda no cárcere, rezou muito por sua purificação.

Continua: “Alguns dias depois tive outra visão, na qual Denócrito me apareceu todo brando, brilhante e belo, e se inclinou e bebeu à vontade a água que antes não pôde tirar”. Perpétua entendeu assim que ele estava livre do suplício, ou seja, havia deixado o Purgatório e entrado no Céu.

As almas auxiliadas por nossa oração serão eternamente gratas e intercederão por nós na Glória Eterna. 


 

28/10/2021

SÃO JUDAS TADEU, O CAMELO E A AGULHA


A Bíblia nos traz poucas informações sobre a vida dos Apóstolos depois de Pentecostes, mas essa lacuna pode ser preenchida por alguns textos apócrifos. Obviamente, por se tratarem de apócrifos, não trazem a Verdade Revelada e, portanto ninguém é obrigado a crer em seus relatos, mas muitos deles são baseados em tradições orais e podem conter elementos históricos importantes.
Um desses textos nos traz um estupendo milagre realizado por São Judas Tadeu:
Um homem rico se aproximou do Apóstolo e lhe perguntou o que fazer para se salvar. São Judas o incitou a praticar os mandamentos, a seguir os ensinamentos de Cristo e a repartir seus bens aos pobres. Diferentemente do jovem do Evangelho que saiu triste ao escutar a mesma coisa de Nosso Senhor, este homem ficou de tal forma irado que se lançou ao pescoço do santo para enforcá-lo.
São Judas lhe citou o ensinamento do Mestre “é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus” (Mt 19,24) e o homem esbravejou que isso não poderia ser “mais fácil” porque era de fato impossível.
Vendo que havia camelos da região, São Judas pediu uma agulha emprestada e rezou. No melhor estilo “Homem-Formiga” dos filmes da Marvel o camelo diminuiu de tamanho, passou por dentro do furo da agulha e cresceu novamente. Toda a multidão, incluindo o homem rico, começou a clamar “não há deus, a não ser o Deus de Tadeu, o Apóstolo” e foram batizados.
Este é um dos motivos pelos quais são Judas Tadeu é conhecido como o Santo das Causas Impossíveis. 
 

25/10/2021

Frei Galvão, o homem da paz e da caridade.


Santo Antônio de Santana Galvão, mais conhecido apenas como Frei Galvão, foi o primeiro santo nascido no Brasil a ser oficialmente canonizado pela Igreja. Assim é justo que iniciemos nossa série de postagens sobre os santos brasileiros por ele.
Nasceu em Guaratinguetá, interior de São Paulo, em 1739, numa família muito devota mas também muito influente na sociedade.
Tornou-se frade franciscano e foi ordenado sacerdote. Viveu a maior parta da sua vida em São Paulo, no convento do Largo de São Francisco.  Também nessa cidade fundou a sua maior obra, o Mosteiro da Luz para as monjas concepcionistas. Aliás, não só fundou como também trabalhou com suas próprias mãos na construção. É nesse lugar que se encontra seu túmulo até hoje.
Frei Galvão não tinha somente o dom da cura, pelo qual ficou muito conhecido, mas várias outras graças místicas também: o conhecimento dos corações e pensamentos, a levitação e até mesmo a bilocação. Ainda em vida sua fama de santidade havia se espalhado por todo o país.
Muito conhecidos são os milagres de suas “pílulas”. Em alguns casos onde não podia ir atender ao enfermo, escrevia uma pequena oração a Nossa Senhora em um papelzinho que mandava que fosse engolido como um remédio. Até hoje as irmãs do Mosteiro fabricam este pequeno sacramental em honra da Virgem e do santo Frei.
Falando em Nossa Senhora, ele era um grande devoto. Havia se consagrado totalmente a Ela, assumindo a condição de “escravo” de Maria, e havia feito um voto particular de defender sua concepção imaculada quando esta doutrina mariana ainda nem havia sido declarada dogma e havia confusão entre os teólogos.
Vale a pena conhecer mais profundamente a vida e milagres deste grande homem que deve encher de santo orgulho cada católico brasileiro.

 

23/10/2021

A noiva santa


 

Na Igreja temos inúmeros exemplos de mulheres santas: virgens consagradas, viúvas, casadas... Mas estamos prestes a ter a primeira noiva oficialmente beatificada. Amanhã (24/10/2021) ocorrerá a beatificação da jovem Sandra Sabattini.

Nascida em 1961 em uma família profundamente católica (chegou a morar na casa paroquial, onde seu tio era o padre), desde os 10 anos escrevia uma diário espiritual. Na adolescência passou a fazer parte da Comunidade Papa João XXIII, que tem por carisma o serviço aos “últimos da sociedade”.

Sandra conciliava uma vida de profunda oração com os estudos de medicina. Seu sonho, compartilhado pelo noivo, era o de tornar-se médica missionária na África entre os mais pobres.

Em 1984, quando ia a um encontro da Comunidade com seu noivo, sofreu um atropelamento que pôs fim à sua breve e intensa vida.

Que a nova beata inspire muitos corações jovens a se entregarem também a Cristo em uma vida de pureza e caridade!


22/10/2021

O Papa santo e os santos do Brasil


Em 1991, durante sua visita apostólica ao Brasil, e por ocasião da Beatificação de Madre Paulina, São João Paulo II proferiu essa frase tão importante para a Igreja em nossas terras: “O Brasil precisa de santos, de muitos santos”.

Esta afirmação, com força profética, não diz respeito somente às canonizações de santos “oficiais”, mas principalmente à vida de santidade que nós, católicos devemos ter em nosso dia-a-dia. Mas é inegável também que ela deu um novo impulso para as causas de canonização em nosso país.

Hoje temos 37 santos e 52 beatos que viveram sua santidade em nosso país (nem todos nasceram aqui) além de quase 120 processos de beatificação abertos e inumeráveis mortos com fama de santidade.

Aproveitando a Memória de São João Paulo II e este seu desejo de ver crescer a santidade na Terra de Santa Cruz, vamos iniciar uma série de postagens sobre os “Santos do Brasil”. Pretendemos trazer a cada semana o resumo da vida de cada um desses homens, mulheres e crianças são para nós exemplos de seguimento e união a Cristo.

Siga nossas redes sociais pra saber mais e compartilhe para que mais pessoas possam se inspirar nos heróis da fé!


 

21/10/2021

Mais pra você do que pra mim


Os últimos monarcas do Império Austro-Húngaro foram um casal santo: O Beato Carlos da Áustria e a Serva de Deus Zita de Bourbon-Parma.

Na foto de seu noivado o Beato Carlos escreveu para sua amada Zita: “Mais pra você do que pra mim”. É esse o espírito que deve animar os casais católicos.

A vocação ao matrimônio não é uma busca por autorrealização, mas uma doação de vida de um pelo outro, “assim como Cristo amou a Igreja” (Ef 5,25).


 

20/10/2021

Um pretendente sem devoção



Durante a juventude, Santa Joana Francisca de Chantal teve um pretendente muito nobre, com quem se inclinava a contrair matrimônio.

Um dia, pela janela, viu um sacerdote que levava o Santíssimo Sacramento para os enfermos. Viu também que seu pretendente, que estava por ali, não se ajoelhou à passagem do padre. Indignada exclamou: “Não se ajoelhou! Nem sequer tirou o chapéu! Não será jamais meu marido!” E imediatamente rompeu o relacionamento. Se aquele homem tratava com tal frieza o próprio Deus feito Sacramento, trataria melhor sua futura família?

Anos depois, Santa Joana se casou com um bom homem. Depois de viúva se fez religiosa e, junto a São Francisco de Sales, fundou a Ordem da Visitação. Que ela nos ajude a entender que o amor a Deus está acima de todas as coisas e que nossos relacionamentos pessoais devem sempre nos aproximar do Senhor.


 

18/10/2021

São Lucas, primeiro pintor da Virgem.




São Lucas, o Evangelista, foi um homem de cultura excepcional. A Sagrada Escritura nos diz que era médico (Col 4,14) e que acompanhou São Paulo em várias de suas viagens apostólicas.

É provável que não tenha conhecido a Jesus pessoalmente. Ele mesmo diz que seu Evangelho é resultado de uma intensa pesquisa (Lc 1,3), provavelmente com fontes mais antigas e testemunhas oculares dos fatos narrados. Por exemplo, ele fala de coisas da infância do Senhor que só poderiam ser conhecidos por Sua Mãe Santíssima; é de se acreditar que ele tenha “entrevistado” a Virgem Maria.

Mas o que menos gente sabe é que São Lucas também foi artista. Uma antiga tradição nos conta que ele foi o primeiro a pintar um retrato de Nossa Senhora. Todas as imagens mais antigas da Virgem teriam sido inspiradas nesse primeiro ícone pintado por São Lucas.

Hoje muitos interpretam esse “retrato” de forma simbólica, como se fossem as próprias palavras do Evangelho a retratar Maria. Sem dúvida elas retratam, mas não podemos descartar a tradição, acreditada literalmente pelos antigos, de que São Lucas seja verdadeiramente o primeiro pintor da Santíssima Virgem.