Objetivo

"Flos Sanctorum" significa "Flor dos Santos". Era o nome de vários livros antiquíssimos que contavam a vida dos santos.
O objetivo deste blog é partilhar pequenos fatos sobre a vida dos santos, beatos, veneráveis, servos de Deus e outras testemunhas da Igreja Católica. Imitemos aqueles que imitaram a Cristo!


17/09/2021

O que é um Doutor da Igreja?


 

Doutor da Igreja é um santo que se distinguiu por um notório saber teológico e assim contribuiu para o aprofundamento do conhecimento da fé.

 

São necessárias três características para que o santo seja um Doutor da Igreja:

  1. "Importância da doutrina". Não basta que o santo tenha belos escritos, é preciso que esses escritos tenham grande importância para o aprofundamento teológico de toda a Igreja.
  2. "Alto grau de santidade". Por mais importantes que sejam os escritos, a vida do autor tem que refletir a santidade. Escritores como Tertuliano, Orígenes e muitos outros, são importantíssimos, mas jamais serão Doutores da Igreja.
  3. "Proclamação da Igreja". O título de Doutor é dado pela Igreja de modo oficial. Há muitos santos teólogos importantíssimos, mas sem o decreto papal não podem ser chamados de Doutores da Igreja.

 

Até a Idade Média apenas 8 Padres da Igreja eram chamados de Doutores: Os 4 Doutores Latinos:  São Gregório Magno, Santo Ambrósio, Santo Agostinho e São Jerônimo e os 4 Doutores Orientais: São João Crisóstomo, São Basílio Magno, São Gregório de Nazianzo e Santo Atanásio.

Atualmente a Igreja tem 36 Doutores proclamados.  27 são do ocidente e 9 do oriente; dezoito são bispos, doze são padres, um diácono, três são freiras, uma virgem consagrada. Vinte e seis vieram da Europa, três da África e sete da Ásia.

Até hoje nenhum mártir foi declarado Doutor, embora haja grandes escritores entre eles, talvez porque o martírio já seja a maior de todas as honras para um cristão.

 

Os 36 Doutores da Igreja são:

 

1) Santo Hilário (315-367), Bispo de Poitiers (atual França). Foi chamado de “Atanásio do Ocidente” pois, como seu contemporâneo, lutou conta a heresia do Arianismo; foi apelidado també de “Martelo dos Arianos” .

Foi declarado Doutor em 13/05/1851 pelo Beato Pio IX.

Principais obras: A Trindade, Comentário aos Salmos, Comentário a S. Mateus.

Memória Litúrgica: 13 de Janeiro.

 

2) Santo Atanásio (296-373), Patriarca de Alexandria no Egito. Foi o principal opositor da heresia ariana; chamado de Pai da Ortodoxia.

Foi declarado Doutor em 1568 por São Pio V.

Principais obras: A Encarnação do Verbo; Apologia Contra os Arianos, Vida de Santo Antão.

Memória Litúrgica: 02 de Maio.

 

3) Santo Efrém (306-373), Diácono na Síria. Conhecido como “a Harpa do Espírito Santo” por  suas poesias e hinos litúrgicos.

Declarado Doutor em 5 de outrubro de 1920 Por Bento XV.

Principais obras:  Comentários a Bíblia, Poemas de Nísibe.

Memória Litúrgica: 09 de Junho

 

4) São Basílio Magno (330-379), Bispo de Cesareia na atual Turquia.  É um dos grandes “Padres Capadócios”. Ficou conhecido também por regular o monaquismo no Oriente.

Declarado doutor por São Pio V em 1568.

Principal obra: Tratado do Espírito Santo

Memória Litúrgica: 02 de janeiro

 

5) São Cirilo de Jerusalém (315-386), Patriarca de Jerusalém. Mais um opositor do arianismo.

Foi declarado Doutor da Igreja em 28/07/1882 pelo Papa Leão XIII.

Principal Obra: Catequeses

Memória Litúrgica: 18 de Março

 

6) São Gregório Nazianzeno (329-390), Bispo de Sásima na atual Turquia. No Oriente é conhecido com “o teólogo”.

Declarado Doutor pelo Papa São Pio V em 1568.

Principais obras: Homilias, Cartas, Poemas

Memória Litúrgica: 02 de janeiro

 

7) Santo Ambrósio (340-397),Bispo de Milão na Itália. Um dos 4 doutores latinos originais. Teve muita influencia sobre o Imperador Teodósio e na conversão de Santo Agostinho.

Declarado Doutor da Igreja em 1295 pelo Papa Bonifácio VIII.

Principais obras: Comentário do Evangelho de Lucas, Tratado da Virgindade

Memória Litúrgica: 07 de dezembro

 

8) São João Crisóstomo (347-407), Patriarca de Constantinopla na atual Turquia. Considerado o maior pregador da história da Igreja, que lhe valeu o apelido de “Crisóstomo” que significa “boca de ouro”.

Declarado Doutor da Igreja em 1568 pelo Papa São Pio V.

Principais obras: O Sacerdócio, Homilias, Cartas

Memória Litúrgica: 13 de setembro

 

9) São Jerônimo (347-420), Monge e presbítero, nascido na Dalmácia, atual Croácia. Foi o principal tradutor da Bíblia para o latim comum.

Declarado doutor da Igreja em 1298 por Bonifácio VIII.

Principais obras: Bíblia Vulgata, Cartas, Vida de São Paulo Primeiro Eremita, Dos homens ilustres

Memória Litúrgica: 30 de setembro

 

10) Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona na atual Argélia. É o mais influente dos Padres Latinos. É chamado de “Doctor Gratiae” (Doutor da Graça).

Foi declarado Doutor da Igreja em 1298 pelo Papa Bonifácio VIII.

Principais obras: Confissões; Cidade de Deus; A Trindade; O Livre Arbítrio; Cartas

Memória Litúrgica: 28 de Agosto

 

11) São Cirilo de Alexandria (376-444), Patriarca de Alexandria no Egito. Foi figura central no Concílio de Éfeso que definiu o Dogma da Maternidade Divina de Maria.

Declarado Doutor da Igreja por Leão XIII em 1883.

Principais obras: Comentário de S. João; Contra Nestório; Comentários sobre o Antigo Testamento

Memória Litúrgica: 27 de Junho

 

12) São Pedro Crisólogo (400-450), Bispo de Ravena na Itália. Chamado de “Crisólogo” (Palavra de Ouro” por causa de suas belas homilias.

Proclamado Doutor pelo Papa Bento XIII em 1729.

Principais obras: Homilias

Memória Litúrgica: 30 de julho

 

13) São Leão Magno (400-461), Papa, em Roma. Famoso por ir ao encontro de Átila para dissuadi-lo de invadir Roma. Foi o primeiro a receber o título de “Magno” (o Grande).

Declarado Doutor em 1754 por Bento XIV.

Principais Obras: Homilias; Cartas; Tomo de Leão

Memória Litúrgica: 10 de novembro

 

14) Gregório Magno (540-604), Papa, em Roma. Defendeu a supremacia papal e trabalhou na reforma do clero, da vida monástica e da liturgia. É um dos quatro doutores latinos originais.

Oficialmente declarado doutor em 1298 por Bonifácio VIII.

Principais Obras: Moralia; Diálogos; Regra Pastoral; sermões

Memória Litúrgica: 03 de setembro

 

15) Santo Isidoro de Sevilha (560-636), Arcebispo de Sevilha na Espanha. Colaborou na conversão dos reis visigodos do arianismo ao catolicismo. Foi reconhecido como o homem mais sábio de sua época.

Declarado Doutor da Igreja  pelo Papa Inocêncio XIII em 1722.

Principais obras: Etimologias

Memória Litúrgica: 04 de abril

 

16) São Beda, o Venerável (672-735), Monge e sacerdote na Inglaterra. Considerado o “Pai da História Inglesa”.

Proclamado Doutor da Igreja pelo Papa Leão XIII em 1899.

Principais obras: História Eclesiástica dos Anglos, Crônicas, Vidas

Memória Litúrgica: 25 de maio

 

17) São João Damasceno (676-749), Monge e sacerdote  na Síria. Foi um dos maiores defensores da veneração às imagens sacras contra a heresia iconoclasta. Ficou também conhecido como “Doctor Assumptionis” (Doutor da Assunção) por sua obra sobre a Assunção da Virgem.

Foi declarado Doutor da Igreja em 1883 por Leão XIII.

Principais obras: Contra os Iconoclastas; Contra os Nestorianos; Fonte de Sabedoria

Memória Litúrgica: 04 de dezembro

 

18) São Gregório de Narek (951-1003), Monge e sacerdote no Mosteiro de Narek na Armênia. Foi um insigne teólogo e um dos maiores poetas de língua armênia.

Declarado Doutor da Igreja pelo Santo Padre, o Papa Francisco, em 2015.

Principais obras: O Livro de Lamentações, poesias

Memória Litúrgica: 27 de fevereiro

 

19) São Pedro Damião (1007-1072), Cardeal, Itália. Foi monge beneditino e grande reformador da disciplina do clero em sua época.

Declarado Doutor por Leão XII em 1823.

Principais obras: O Livro de Sodoma; Vida de S. Romualdo; Sermões; Sobre a Divina Onipotência

Memória Litúrgica: 21 de fevereiro

 

20) Santo Anselmo (1033-1109), Arcebispo de Canterbury na Inglaterra. Foi monge beneditino e considerado o “pai da filosofia escolástica”.

Declarado Doutor da Igreja em 1720 pelo Papa Clemente XI.

Principais obras: Monologion; Proslogion; A Verdade; Cartas.

Memória Litúrgica: 21 de abril

 

21) São Bernardo (1090-1153), abade de Claraval na França. Foi reformador da Ordem de Cister e pregador da 2ª Cruzada.  É conhecido como “Doutor Melífluo” devido à delicadeza e doçura de seus escritos.

Declarado Doutor da Igreja por Pio VIII em 1830.

Principais obras:  A Graça; Para Eugênio III; Sermões sobre o Cântico dos Cânticos; Regra dos Templários...

Memória Litúrgica: 20 de agosto

 

22) Santa Hildegarda de Bingen (1098-1179), monja beneditina na Alemanha. Apelidada “Sibila do Reno”, foi mística, teóloga, compositora, pregadora, naturalista, médica, poetisa, dramaturga e escritora.  

Declarada Doutora pelo Papa Bento XVI em 2012.

Principais obras: Trilogia Liber scivias Domini, Liber Vitae Meritorum, Liber Divinorum Operum; Symphonia armonie celestium revelationum...

Memória Litúrgica: 17 de setembro

 

23) Santo Antônio de Pádua (1195-1231), sacerdote e frade franciscano em Portugal. Conhecido como “Doutor Evangélico” por suas pregações sobre o Evangelho. Famoso também por seus incontáveis milagres.  

Declarado doutor pelo Ven. Pio XII em 1946

Principal obra: Sermões

Memória Litúrgica: 13 de Junho

 

24) Santo Tomás de Aquino (1225-1274), Sacerdote e frade dominicano na Itália. Conhecido como “Doutor Angélico” por suas explanações sobre os anjos, mas também por sua pureza “angelical”.  Considerado o maior filósofo e teólogo do ocidente, foi, sem dúvida, um dos homens mais inteligentes da história.

Declarado doutor por São Pio V em 1568.

Principais obras:  Suma Teológica; Suma Contra os Gentios; Catena Áurea; Comentário a Aristóteles; comentários bíblicos; sermões

Memória Litúrgica: 28 de janeiro

 

25) São Boaventura (1221-1274), Frade Franciscano e Cardeal na Itália. Conhecido por “Doutor Seráfico”. Foi o sétimo Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores e homem de grande humildade.

Aclamado doutor pelo Papa Sixto V em 1588.

Principais obras: Comentário sobre as sentenças; Brevilóquio; Itinerário da mente para Deus; Saltério à Virgem Maria; Legenda Maior (Vida de S. Francisco)

Memória Litúrgica: 15 de julho

 

26) Santo Alberto Magno (1200-1280), Frade Dominicano e Bispo na Alemanha. Conhecido como “Doutor Universal” devido à abrangência de seus conhecimentos. É o padroeiro das ciências naturais e dos cientistas.

Foi proclamado Doutor da Igreja em 1931 pelo Papa Pio XI.

Principais obras: 38 vol.s sobre Ciências, botânica, geografia, astronomia, mineralogia, zoologia, química,  direito, lógica, filosofia, Teologia...

Memória Litúrgica: 15 de novembro

 

27) Santa Catarina de Sena (1347-1380), Terciária Dominicana na Itália. Lutou arduamente pelo fim do Grande Cisma do Ocidente  e pela paz entre as cidades-estado italianas; ao mesmo tempo vivia uma profunda união mística com Cristo.

Declarada Doutora da Igreja em 03/10/1970 por São Paulo IV

Principais obras: Diálogo da Divina Providência, Cartas

Memória Litúrgica: 29 de Abril

 

28) São João de Ávila (1500-1569), sacerdote diocesano espanhol, conhecido como Apóstolo da Andaluzia.

Aclamado como Doutor pelo Papa Bento XVI em 2012

Principais obras: Audi, filia; Epistolário Espiritual para todos os Estados; O Conhecimento de Si Mesmo; Tratado sobre o Sacerdócio;

Memória Litúrgica: 10 de maio

 

29) Santa Teresa de Jesus (1515-1582), religiosa Carmelita em Ávila, Espanha. Reformadora da Ordem Carmelita é uma das mais importantes e influentes autoras sobre teologia espiritual e mística.

Foi a primeira mulher a ser proclamada Doutora da Igreja em 1970 pelo Papa Paulo VI.

Principais obras: Livro da Vida; Caminho da Perfeição; Castelo Interior; poesias...

Memória Litúrgica: 15 de outubro

 

30) São João da Cruz (1542-1591), sacerdote e religioso Carmelita na Espanha. Companheiro de Santa Teresa na fundação da Ordem Carmelita Descalça. Conhecido como o “Doutor Místico”.

Aclamado Doutor da Igreja  em 1926 pelo Papa Pio XI.

Principais obras: Cântico Espiritual; Subida do Monte Carmelo; Noite Escura da Alma, Chama de Amor Viva...

Memória litúrgica: 14 de dezembro

 

31) São Pedro Canísio (1521-1597), Padre Jesuíta . Foi um dos maiores líderes da Contrarreforma na Alemanha recebendo os apelidos de “segundo apóstolo da Alemanha”  e “martelo dos hereges”

Proclamado Doutor da Igreja em 1925 por Pio XI

Principais obras: Catecismos

Memória litúrgica: 21 de dezembro

 

32) São Lourenço de Brindisi (1559-1619), sacerdote franciscano capuchinho na Itália. Vigoroso pregador, conhecido por sua brilhante oratória no período pós-reforma. Conhecido como “Doutor Apostólico”

Declarado Doutor por São João XXIII em 1959

Principais obras: Comentário do Gênesis; Sermões

Memória Litúrgica: 21 de julho

 

33) São Roberto Belarmino (1542-1621), Jesuíta e Cardeal.  Foi um dos principais nomes da Contrarreforma católica.

Proclamado Doutor da Igreja por Pio XI em 1931

Principais obras: Disputationes (Controvérsias); A arte de bem morrer, Elevação da mente a Deus; As sete palavras de Cristo na Cruz.

Memória litúrgica: 17 de setembro

 

34) São Francisco De Sales (1567-1622), Bispo de Genebra. Foi sagrado bispo quando a diocese estava sob controle calvinista e trabalhou muito por sua conversão. Com Santa Joana Francisca de Chantal fundou a congregação das Visitandinas. É o padroeiro da imprensa católica.

Foi declarado Doutor da Igreja em 1877 pelo Beato Pio IX.

Principais obras: Introdução à vida devota; Tratado do Amor de Deus

Memória litúrgica: 24 de janeiro

 

35) Santo Afonso Maria de Ligório (1696-1787), Bispo e fundador dos Redentoristas. Padroeiro dos moralistas e confessores. Chamado de “Doctor Zelantíssimus”  (doutor zelosíssimo).

Proclamado Doutor em 1871 pelo Beato Pio IX

Principais obras:  A Prática do amor a Jesus Cristo; A oração; As glórias de Maria...

Memória litúrgica: 1 de agosto

 

36) Santa Teresa do Menino Jesus (1873-1897), Religiosa Carmelita em  Lisieux, França. É uma das mais populares santas da Igreja. Sua “pequena via” de santificação é importantíssima para a teologia espiritual contemporânea.

Declarada Doutora da Igreja por São João Paulo II em 1997.

Principais obras: História de uma alma, poesias

Memória litúrgica: 1 de outubro


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